E se de repente você descobrisse que alguém anda vigiando a
sua conta de e-mail, vendo todas as mensagens no seu celular e lendo todas as
suas conversas privadas no Facebook? Será que você teria a consciência limpa
com tudo que tem escrito? Questionamentos desse tipo se tornaram muito
pertinentes em uma época em que não se sabe ao certo onde se delimita a tênue
linha que separa o espaço público do privado.
A presidente Dilma Rousseff que o diga. Ela teve sua conta
de e-mail e algumas ligações telefônicas monitoradas pelo governo
norte-americano em um caso sério de espionagem, sendo a notícia recebida com
“grave preocupação” pelo governo brasileiro. As polêmicas revelações vieram a
público em junho deste ano, graças às denúncias feitas por um ex-técnico da
Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês)
Edward Snowden. Considerado, a partir disso, inimigo de estado pelo governo de
Obama, Snowden conseguiu asilo político na Rússia, onde vive em localização
desconhecida.
Contudo, antes de se esconder na Rússia, Snowden revelou
muito mais. E-mails e telefonemas de assessores da presidente brasileira e
executivos da Petrobras também foram vigiados, o que indica que conversas
economicamente estratégicas podem ter chegado ao conhecimento dos Estados
Unidos. Além disso, recentemente, foi revelado que alguns países membros da
união europeia também foram espionados.
O jornal alemão Der Spiegel afirmou que
os Estados Unidos grampearam o telefone de uso pessoal e também profissional da
chanceler alemã Angela Merkel por mais de uma década, o que, de certa forma,
estremeceu as relações diplomáticas de Washington com países aliados.
Você
também pode ter sido alvo
E se você pensa que os monitoramentos se restringiram a
políticos ou pessoas de alto escalão, está enganado. Revelações complementares
do caso de espionagem norte-americana mostraram que milhões de brasileiros e
pessoas em trânsito no Brasil também andaram sendo bisbilhotados pela Casa
Branca. Diante das denúncias, as empresas Apple, AOL, Facebook, Google (Gmail),
Microsoft, Yahoo, PalTalk e YouTube, todas norte-americanas, mas com um vasto
número de usuários brasileiros, negaram publicamente as acusações de que
forneciam ao governo de Barack Obama acesso direto aos seus servidores.
Por enquanto, não há como saber se você foi mesmo vítima das
espionagens dos Estados Unidos e provavelmente essa informação detalhada nunca
se tornará pública. A única certeza nessa história toda é que sim, você está
sendo monitorado o tempo inteiro. Por exemplo, a partir do momento que você
decidiu ter um aparelho celular com todas as facilidades que a tecnologia
proporciona, desde redes sociais à GPS, passando por aplicativos que de tão
fantásticos acabaram por deixar até mesmo as ligações telefônicas para segundo
plano, você está escolhendo se expor em um espaço em que a privacidade tem se
tornado cada vez mais frágil.
E não há nada de errado em ter um smartphone. Pelo
contrário. O segredo está na sabedoria em usar.
Aproveite as facilidades,
encurte as distâncias, registre os momentos especiais e encontre os melhores
caminhos para fugir do trânsito com a ajuda dele. No entanto, não se considere
mais uma pessoa anônima no mundo, afinal, tudo o que você publica ou escreve vai
para uma grande rede. Por mais “oculto”, “privado”, ou “pessoal” que pareça, ao
menor descuido, tudo o que você tinha de mais íntimo e sigiloso pode chegar ao
conhecimento de todos.
Mas também não adianta se abster de todo o tipo de aparato
tecnológico pensando que ficará livre de ser monitorado. Repare na imensa
quantidade de câmeras de segurança espalhadas por todas as ruas, lojas e
entradas de edifícios. Não há como não deixar um rastro pelo caminho —
atualmente, as cidades possuem muito mais “olhos” do que você possa imaginar.
É preciso fazer escolhas inteligentes, para que ninguém
possa acusá-lo de nada. Nem você mesmo. É importante se educar também
virtualmente. Tudo aquilo que na “vida real” é considerado errado, no mundo
virtual continua a ser errado. Preocupadas em não deixar na rede nada que
desabone sua conduta (até por saber casos de empresas que contratam ou
demitem com base nos perfis nas redes sociais), as pessoas começam
a entender, em pleno século 21, algo que desde o primeiro século todos já
deveriam saber: nossa conduta não pode depender de termos ou não plateia. Temos
um monitoramento interno do qual não podemos nos esconder: nossa própria
consciência. Como um árbitro, ela acusa assim que fazemos algo errado. Para
completar, somos observados por Deus desde o nosso primeiro dia na Terra, mas
como não
O vemos, é fácil desconsiderá-Lo. No entanto, não ver a câmera não faz
com que ela deixe de acompanhar seus passos. É mais fácil conduzir nossas
atitudes pelo medo da reprovação dos que podemos ver, do que quando estamos
sozinhos, sem precisar provar nada a ninguém.
Mas por mais que a tecnologia de rastreamento e o
monitoramento internacional pareçam assustadores, quem respeita a lei da
consciência e as leis de Deus não encontrará dificuldades de viver no século
21, afinal de contas, sua vida já é um livro aberto. Como já dizia um antigo
ditado, quem não deve, também não teme.
Fonte: http://www.arcauniversal.com/noticias/emfoco/noticias/voce-conta-seus-segredos-sem-saber-20643.html
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